Sepei 2024: Projeto estuda métodos de extração de proteínas do feijão

SEPEI Data de Publicação: 28 jul 2024 21:13 Data de Atualização: 28 jul 2024 21:16

Põe ciência no feijão, que chegou mais um. O projeto "Comparação de Métodos de Extração Proteica e Obtenção de Hidrolisados a partir do Pulse Feijão Preto (Phaseolus Vulgaris L.) produzido em Santa Catarina, coordenado pelo professor João Provesi, estará representando o Câmpus Lages do Sepei 2024. De 20 a 22 de agosto, o Câmpus São Miguel do Oeste recebe a 10ª edição do Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei) do IFSC. É o maior evento científico da instituição e contará com palestras, mesas redondas, torneio de robótica e muito mais. Na programação, também há apresentações de trabalhos dos câmpus.

O professor João, que é da área de Ambiente e Saúde do Câmpus Lages do IFSC, conta que a motivação para iniciar o projeto se deu pela abundância da matéria prima em Santa Catarina e sua popularidade, facilitando a execução. "A motivação foi porque é uma matéria-prima local. Santa Catarina tem uma grande produção, os municípios ao redor de Lages tem boa produção de feijão, e acaba sendo pouco explorado comercialmente, principalmente pela parte proteica. Então, nesse projeto a gente focou em ver como tirar a proteína do vegetal e caracterizar essa proteína por diferentes métodos", conta João. O projeto é insipiente, focado no caráter pedagógico do fazer da ciência. Porém, o professor não descarta a ideia de dar continuidade nas pesquisas e fazer com que seus resultados e benefícios possam chegar aos produtores e fazer render melhor suas produções.

De acordo com o Boletim Agropecuário do mês de junho de 2024, divulgado pela Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária (Epagri), a safra de feijão 2023/2024 chegou a 116 mil toneladas (somada a produção da primeira e da segunda safra). A quantidade produzida é 1,76% maior do que a registrada na safra anterior. O crescimento se deve, especialmente, ao aumento da área plantada, que cresceu cerca de 6% e, segundo as últimas estimativas, chegou a 63,5 mil hectares. Portanto, buscar soluções e melhorias para o produto são ações importantes para que o IFSC esteja de olho e possa contribuir para o aumento da produtividade e do beneficiamento desses produtos.

O docente explica que a execução do projeto foi feita com participação de bolsistas, onde elas puderam fazer uma pesquisa teórica e buscaram outros trabalhos para levá-los ao laboratório e iniciar a pesquisa local. "Elas executaram práticas bem longas, diversos experimentos de caracterização e foi assim que elas desenvolveram um projeto na prática. Eu achei que esse projeto foi muito bem executado, ele recebeu do começo ao fim tudo que foi proposto", complementa. O projeto foi inicialmente contemplado no Edital Proppi-DAE, que é focado em apoiar projetos de pesquisa que tenham como objetivo a pesquisa como princípio educativo, e assim que o edital foi encerrado ele foi renovado como novos objetivos, agora com a finalidade de criar uma bebida com a proteína do feijão. A DAE é a Diretoria de Assuntos Estudantis e responsável pela concessão dessas bolsas de protagonismo discente. 

"Eu acho que é uma experiência interessante para as bolsistas terem mais prática de laboratório, para despertar a capacidade investigativa. Nesse tipo de projeto, elas já trabalharam com diversas práticas que elas não tinham trabalhado durante o curso, diversos métodos que elas não tinham conhecido e puderam saber", completa o professor. Ele alerta que, no próximo projeto, que ainda está em execução, o desafio será ainda maior, pois além das pesquisas e possíveis resultados, haverá o componente de iniciar algo do zero, de criar um novo produto a partir dos experimentos. O desafio, por ora, é apresentar o trabalho no Sepei, que também será um momento importante de aprendizagem para os alunos, além de um reconhecimento merecido pelo trabalho desenvolvido. Além de uma ótima oportunidade de conhecer projetos de outros câmpus. "Então, é uma experiência, é um momento importante da instituição para os câmpus apresentarem o que estão fazendo para os outros. Aí surgem contatos, possibilidades de parceria e etc. É um momento muito importante e que os alunos aproveitam", complementa o professor.

E quem vai aproveitar esse momento é Renata Freitas Tavares, da 5ª fase do curso superior de Engenharia Química. Ela é natural de Concórdia e mudou-se para Lages para poder realizar o curso de engenharia. A estudante já tem familiaridade com a Rede Federal, uma vez que fez o Ensino Médio Técnico no Instituto Federal Catarinense (IFC) Câmpus Concórdia. "Eu tinha tempo livre após as aulas do curso e queria aproveitar esse tempo com algo que contribuísse para minha formação profissional, assim fiquei sabendo dos projetos de pesquisa e resolvi me envolver", conta a estudante. Ela diz que a experiência foi bastante proveitosa, em especial em virtude da orientação e apoio do docente orientador. "O professor orientava e acompanhava nossas atividades em laboratório, mas deixava o bolsista com bastante autonomia. Então, a cada ida ao laboratório aprendemos algo, seja nas pesquisas ou através de erros que cometemos que precisamos voltar para consertar, refazer, e creio que isso faz muito parte da minha formação, a habilidade de detectar o erro em algo e prontamente reverter", complementa. Além disso, a aluna descreve que a habilidade no manuseio de equipamentos e vidrarias, bem como a confiança que adquiriu em realizar as atividades sozinha, são fatores de comemoração.

De acordo com a estudante, o projeto ajuda a visualizar a aplicação do conhecimento obtido nas salas de aula, e também pode despertar o interesse em seguir na linha da pesquisa. Sobre a apresentação no Sepei, a aluna vive a expectativa da conexão com outros colegas. "É muito bom ter a oportunidade de levar para mais pessoas o conhecimento que obtivemos dentro do nosso projeto, no evento talvez encontrar pessoas que também tem projetos nessa linha e trocar ideias que podem agregar positivamente na nossa pesquisa. Motiva muito saber que a instituição se preocupa em valorizar e apresentar o trabalho dos professores e bolsistas que dedicam tanto tempo nas pesquisas", finaliza a aluna.

Sobre o Sepei

De 20 a 22 de agosto de 2024, o Câmpus São Miguel do Oeste do IFSC receberá a comunidade do Instituto para atividades como palestras, oficinas, apresentações de trabalhos e sessões culturais relacionadas à temática "Ampliando fronteiras: educação, ciência e tecnologia para a sustentabilidade". Em sua décima edição, o Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do IFSC propõe um olhar para o futuro, ampliando as fronteiras do conhecimento e discutindo temas que impactam não só a sociedade, mas todas as formas de vida.

Questões climáticas e ambientais já são uma realidade presente e vêm trazendo grandes impactos ao planeta. Nesse cenário, que caminhos se impõem à educação profissional, científica e tecnológica? Que desenvolvimentos tecnológicos e inovadores podem contribuir para modificar essa realidade e solucionar problemas comuns?

 

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