Sepei 2024: Projeto estuda melhoria na alimentação animal por meio de bactérias na aveia-preta

PESQUISA Data de Publicação: 15 ago 2024 12:53 Data de Atualização: 16 ago 2024 08:23

De 20 a 22 de agosto, o Câmpus São Miguel do Oeste recebe a 10ª edição do Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei) do IFSC. É o maior evento científico da instituição e contará com palestras, mesas redondas, torneio de robótica e muito mais. Na programação, também há apresentações de trabalhos dos câmpus. Na área temática Processos produtivos, tecnologias e tendências para o presente e o futuro (DT4) está aprovado o projeto "Avaliação de inoculação de bactérias promotoras de crescimento em aveia-preta", coordenado pela servidora Janaína Muniz, técnica de laboratório de Agroecologia do Câmpus.

Janaína explica que o interesse pelo projeto surge para ajudar num problema real, que é estudar a ação das bactérias em plantas gramíneas, neste caso a aveia-preta, que é utilizada como pastagem para alimentação dos animais. "As bactérias existem naturalmente na natureza e desempenham um papel fundamental na fixação de nitrogênio, o qual é responsável pelo bom crescimento e desenvolvimento das plantas, que comumente nos alimentamos no dia-a-dia. Vários são os benefícios às plantas quando existem essas bactérias fixadoras de nitrogênio nas raízes das plantas ou no solo. No entanto, estudos já comprovaram que a aplicação exógena da mesma, tem apresentado resultados satisfatórios na produção e produtividade dos cultivos. Geralmente, as pesquisas são voltadas em plantas leguminosas com excelentes resultados", conta Janaína.

O projeto foi executado com auxílio de bolsistas que desenvolveram as atividades em campo e em laboratório. Eles também tiveram contato com empresas parceiras do ramo de inoculantes e sementes, que junto com as instituições acadêmicas e os produtores rurais são os principais beneficiários dos resultados desse projeto. Santa Catarina é um grande produtor de aveia-preta, juntamente com os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. É mais adaptável aos climas frios e necessita de pouca fertilidade em solo. Em fase final de execução, o projeto, segundo a pesquisadora, está cumprindo parcialmente os objetivos esperados. "Por se tratar de um estudo novo em culturas de gramíneas, o qual já está amplamente difundido e consolidado no cultivo de leguminosas", completa.

Sobre estar no Sepei, Janaína cita os possíveis frutos de estar em um evento tão importante como esse, em especial pelo público que estará presente no Seminário. "Compartilhar conhecimento com alunos, professores e filhos de agricultores e pecuaristas que trabalham com pastagens para a criação de gado ou cobertura verde (aveia, azevém, tifton, milheto, trevo, ervilhaca, alfafa) e cultivos com plantas de lavoura (soja, feijão, milho, arroz, trigo) será muito importante, tanto para o projeto, quanto para o setor produtivo", complementa a pesquisadora. Ela destaca que, para os alunos, a atividade se mostra muito importante para o processo de ensino-aprendizagem, em especial por compor atividades que vão além da sala de aula. "Eles puderam ter mais contato com empresas fornecedoras de inoculantes e sementes, com agricultores e pecuaristas, puderam realizar atividades práticas laboratoriais e de campo. Sem contar o estudo e pesquisa fora de sala de aula (novos aprendizados em livros, revistas científicas e trabalhos acadêmicos) que auxiliam no processo", finaliza.

Uma das bolsistas do projeto é Evelin Aparecida da Silva, da terceira fase do curso técnico Agroecologia do Câmpus Lages. Ela conta que o projeto pode favorecer o crescimento e desenvolvimento de gramíneas (família da qual a aveia faz parte). "A motivação foi buscar alternativas para melhorar o desempenho da cultura e dos agricultores. O meu interesse em participar surgiu de uma grande curiosidade, por querer aprender mais, e por ser importante o aprendizado do projeto para região onde moro. Além de ser muito interessante.", conta a estudante. O projeto foi desenvolvido por ela e por outra bolsista, Renata Aparecida da Silva Nunes, de forma manual na Unidade Didática Agrícola (UDA), localizada no Câmpus Lages do IFSC e que atende aos cursos da área de Ambiente e Saúde da instituição.

Para Evelin, o projeto atingiu seus objetivos. "Sim, superou minhas perspectivas, propósitos e objetivos. Obtemos um resultado positivo, significativo e já esperado. Participar deste projeto foi muito significante para mim. A área de pastagem é essencial e importante para a sobrevivência de muitos agricultores. Para mim é gratificante, pois é uma área que eu gosto. Tenho certeza que irá contribuir muito para o meu crescimento profissional, e para a satisfação dos agricultores.", complementa a estudante. Ela conta que, por meio do projeto, pode praticar a incluir novas habilidades. "Minha participação foi crucial para o desenvolvimento das práticas manuais feitas no projeto e as experiências incríveis de aprendizado, sempre contanto com a participação de mais colegas. Pude desenvolver habilidades como a comunicação, experiência, conhecimento, e muita novidade sobre o mundo do agro", complementa.

A estudante vive a expectativa do evento, ciente de que ele pode contribuir para sua formação como estudante e que o projeto a deixa mais próxima da instituição. "​​Estou ansiosa e muito feliz de participar deste grande evento. Vai ser muito gratificante e  importante para minha vida acadêmica, pessoal, e profissional. Acredito que irá superar minhas expectativas. Estar nesse projeto ajuda muito a relação entre profissionais da instituição e nós alunos, proporcionando muito conhecimento, dedicação e profissionalismo", finaliza a estudante.

Renata Aparecida da Silva Nunes é estudante da primeira fase do curso superior de Tecnologia em Gestão do Agronegócio. Junto com Evelin, também participou do projeto e conta como se interessou em participar da iniciativa. "Sempre tive interesse em me aprofundar mais em pastagens, com isso surgiu esse projeto e eu prontamente me disponibilizei para fazer parte. Acredito que minha participação foi muito importante pois desenvolvemos tudo na prática", disse a estudante. Renata avalia como positiva a participação do projeto e importante para a continuidade do curso e para o processo de ensino-aprendizagem, fortalecendo laços com a instituição. "É muito valioso tudo o que aprendemos e conseguimos participar dentro do IFSC".

Sobre o evento, a estudante está na expectativa da participação e nas possíveis repercussões que sua estadia em São Miguel do Oeste pode render. "Estou bastante ansiosa para a apresentação, o Sepei é muito importante pois nós, pois dá oportunidade de conhecer novos lugares e também levar o nosso projeto para que mais pessoas conheçam e possam usufruir dessa prática", finaliza Renata.

Sobre o Sepei

De 20 a 22 de agosto de 2024, o Câmpus São Miguel do Oeste do IFSC receberá a comunidade do Instituto para atividades como palestras, oficinas, apresentações de trabalhos e sessões culturais relacionadas à temática "Ampliando fronteiras: educação, ciência e tecnologia para a sustentabilidade". Em sua décima edição, o Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do IFSC propõe um olhar para o futuro, ampliando as fronteiras do conhecimento e discutindo temas que impactam não só a sociedade, mas todas as formas de vida.

Questões climáticas e ambientais já são uma realidade presente e vêm trazendo grandes impactos ao planeta. Nesse cenário, que caminhos se impõem à educação profissional, científica e tecnológica? Que desenvolvimentos tecnológicos e inovadores podem contribuir para modificar essa realidade e solucionar problemas comuns?

 

PESQUISA SEPEI CÂMPUS LAGES