Parceria entre IFSC e Rotary Club instala câmara de descontaminação em asilo de Araranguá

INOVAÇÃO Data de Publicação: 11 mai 2020 09:01 Data de Atualização: 11 mai 2020 12:43

Uma parceria entre o Câmpus Araranguá do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e o Rotary Club de Araranguá disponibilizou para o Lar de Idosos São Vicente de Paulo uma câmara de descontaminação contra o coronavírus. O Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), de baixo custo, foi solicitado para a desinfecção dos uniformes de funcionários do asilo, protegendo assim os idosos, e futuramente pode ser levado para outras instituições de Araranguá, a partir de avaliações sobre a eficácia do equipamento.

A câmara de descontaminação foi entregue na última sexta (8), pelos servidores do Câmpus Araranguá, à equipe do Lar São Vicente de Paulo. Na sexta e no sábado, foram realizados treinamentos com os funcionários da instituição. Uma reunião será realizada nesta terça (12) para avaliar o uso do equipamento e definir novos encaminhamentos.

As câmaras de descontaminação têm sido usadas em todo o Brasil em locais com grande concentração de pessoas ou entradas de hospitais e asilos. Por essa razão, o Rotary procurou o Câmpus Araranguá do IFSC, por meio do resprepsentante do Rotary e do Lar de Idosos, Celio Hercílio Marcos da Silva, para a produção de um EPC semelhante, a fim de ser disponibilizado ao Lar de Idosos São Vicente de Paulo.

O projeto do Câmpus Araranguá consiste em uma estrutura de PVC, na qual a pessoa entra e recebe um jato em névoa de hipoclorito de sódio diluído, um dos desinfetantes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O produto é altamente diluído em água, a 0,1%, a fim de evitar lesões nos usuários, sem perder a eficácia.

A câmara é automatizada: o jato é liberado através de um sensor, sem necessidade de contato físico e evitando também o desperdício do produto. A ideia é que funcionários possam desinfectar suas roupas pessoais e de trabalho ao entrarem e saírem do lar de idosos, como uma medida complementar de higienização.

Veja como funciona:

 

De acordo com Mauro Orcelli, professor da área de Eletromecânica, uma das inovações que o projeto do IFSC Araranguá traz é a possibilidade de ser facilmente replicado. “Não se trata de uma tecnologia inovadora, mas estamos tentando fazer a inovação da seguinte maneira: nosso projeto vai ser disponibilizado para que qualquer pessoa que tenha um mínimo de conhecimento de eletromecânica, para montagem de equipamentos mecânicos e elétricos, possa construir esse equipamento sem precisar inventar as peças, já que tudo estará no projeto”, explica o professor.

O custo da câmara desenvolvida pelo IFSC ficou em torno de R$ 3 mil, bem abaixo do que o encontrado no mercado. Esse custo pode ser reduzido, já que alguns equipamentos adquiridos para o projeto inicial poderão ser aproveitados em outros projetos.

Os servidores do IFSC avaliam agora a Nota Técnica divulgada pela Anvisa no dia 7 de maio, que fala sobre as câmaras, cabines e túneis de desinfecção que vêm sendo utilizados no combate ao coronavírus. De acordo com a Nota Técnica 38/2020, ainda não existem evidências de que o uso dessas estruturas para desinfecção sejam eficazes no combate ao SARS-CoV-2, posicionamento que pode ser modificado pela Anvisa após novos estudos. Quanto ao uso de saneantes como o hipoclorito de sódio, a agência recomenda o uso desde que tenha a eficácia testada e que os profissionais de saúde utilizem equipamentos de segurança individuais, como máscaras, capas, botas, entre outros, para impedir o contato do produto químico com pele, olhos e mucosas.

Além de Mauro Orcelli, participam do projeto os servidores Daniel Generoso, Elder Pescador, Renato Diaz Santa Helena, Cristian Rutz Krumreich e Adriano Rodrigues, professores e técnicos das áreas de Eletromecânica, Elétrica e Química do Câmpus Araranguá.

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