ENSINO Data de Publicação: 12 jul 2024 15:42 Data de Atualização: 12 jul 2024 15:49
Nesta quarta-feira (10) uma turma do quarto módulo do curso Técnico em Agricultura do Câmpus Urupema realizou uma visita técnica no viveiro florestal do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) e nos laboratórios de engenharia florestal (Laboratórios de propagação de espécies florestais e Herbário, ambos da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), em Lages. A atividade fez parte da Unidade Curricular de Silvicultura e do projeto de extensão Propagação de Espécies Florestais no Município de Urupema e Região e foi coordenada pelos professores Janice Regina Gmach Bortoli e André Rodrigues da Costa.
De acordo com a professora Janice, que é coordenadora do curso, os objetivos da atividade eram complementar a formação da disciplina de silvicultura e também realizar uma ação componente do projeto de extensão, que é um termo de parceria da coordenação de curso do Técnico em Agricultura com a Fundação CERTI. "Alguns membros do curso de Engenharia Florestal, professores e alunos, fazem parte dessa fundação. Já foram realizadas algumas atividades, inclusive na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) voltada para esse projeto. Essa visita técnica foi para que os alunos pudessem conhecer principalmente o viveiro florestal", explica a professora. No Câmpus Lages há uma estufa que provém deste projeto da Fundação CERTI, que atua na multiplicação e propagação dessas espécies florestais.
Para Janice, a atividade atingiu os objetivos propostos e contribui para a formação dos estudantes de forma primordial. "É uma outra coisa que a gente sempre pensa também, como eles já estão mais no final do curso, é incentivar eles a seguirem com os estudos ou seguir com algo na área. E, normalmente, quando a gente traz para conhecer a estrutura, a disponibilidade, os próprios professores que fazem parte do projeto, acaba sendo uma forma de contribuir para que eles continuem estudando. Vários deles devem vir para a agronomia, talvez algum deles para a engenharia florestal", comenta a professora.
Silvicultura é a ciência que estuda as maneiras naturais e artificiais de restaurar e melhorar o povoamento nas florestas, para atender às exigências do mercado. Professor da disciplina de Silvicultura, André Rodrigues da Costa explica que os estudantes tiveram aulas teóricas sobre o plantio de florestas, tanto com objetivo de obtenção de madeira e celulose (no caso das espécies exóticas) quanto com objetivo de preservação de ecossistemas naturais e reflorestamento (espécies nativas). "Na visita, eles puderam ver na prática as estruturas e atividades de propagação e pesquisa que são realizadas na UDESC. O objetivo da visita e das atividades com os estudantes foi mostrar na prática a produção de mudas de espécies florestais", comenta.
Para o professor, esse tipo de atividade prática é essencial para o processo de formação dos alunos, em especial na construção do conhecimento. "Na visita eles conversaram com os pesquisadores responsáveis pelos laboratórios e viveiros, e puderam entender melhor os processos envolvidos no cultivo de florestas. Até o momento na UC de Silvicultura eles viram os tipos de florestas e seus diferentes objetivos. Viram também sobre a importância da Silvicultura, produção de mudas em viveiros e noções de dendrometria (medição de árvores", esclarece o professor. Além disso, segundo André, puderam ter acesso a materiais utilizados em viveiros e suas estruturas, que foram vistos antes apenas em aulas teóricas, bem como viram também as formas de propagação de mudas, por sementes e através de jardins clonais, o cultivo de diferentes espécies, nativas e exóticas, nos viveiros e tiveram acesso aos laboratórios de micropropagação. "Viram também as plantas no Herbário, como são identificadas e armazenadas para servir de base para pesquisas na área. Tudo isso está dentro do conteúdo da Unidade Curricular de Silvicultura", complementa o professor.
Uma das alunas que esteve presente na atividade foi Anali de Liz Brito. Natural de Painel, cidade vizinha de Urupema, ela avalia positivamente a visita. "Eu achei uma excelente atividade, foi uma visita muito interessante para o meu aprendizado. Também me passou um conhecimento e um aprendizado muito melhor dentro da profissão que eu possa exercer algum dia", comenta a estudante, que está na última fase do curso. O curso Técnico em Agricultura é ofertado na modalidade concomitante, ou seja, o aluno faz o Ensino Médio na rede regular de ensino e a parte técnica no IFSC.
Ela conheceu o IFSC depois de uma visita da instituição em seu município, despertando nela o interesse em cursar o Técnico em Agricultura. A aluna pretende trabalhar na área, mas ainda não decidiu ao certo em que setor. Atividades assim podem ajudá-la a escolher. "O evento pode contribuir muito com os ensinamentos e os conhecimentos que eles me passaram lá. E com isso pode contribuir muito na minha formação na área de técnico em agricultura", completa.
Mais decidida está Ana Cris Menin. Também aluna do quarto módulo e moradora de Painel, ela concorda com a importância dessas atividades para o processo de ensino-aprendizagem. "O que mais me chamou a atenção na visita técnica do CAV foi o jeito com que as estufas e o laboratório são organizados. Como os alunos têm o empenho de manter aquilo bem organizado, bem limpo. Como os bolsistas, não só os bolsistas, como os professores organizam para que os alunos entendam e aprendam muito bem sobre isso. E ele contribuiu muito na minha formação, porque foi uma área, principalmente no Laboratório, uma área de botânica, uma matéria da primeira fase do técnico, que acaba me deixando muito encantada e maravilhada, pois o aluno aprende e conhece espécies, famílias que antes não conhecia", comenta a estudante.
Ela aproveitou para conhecer suas "futuras instalações" de sua formação superior. "Quero fazer agronomia na UDESC", disse. Em setembro ela inicia o curso pré-vestibular e pretende fazer a prova no verão para conseguir acessar o Ensino Superior já em 2025.
Sobre o curso
O Técnico em Agricultura do Câmpus Urupema do IFSC é ofertado anualmente e dispõe de 40 vagas. Ele é ofertado na modalidade concomitante, ou seja, o aluno faz o Ensino Médio em outra escola e a parte técnica no IFSC. As aulas são no período vespertino e o curso tem duração de quatro semestres. O objetivo do curso é formar profissionais que possam atender as necessidades de organização e das novas tecnologias de produção da cadeia produtiva do setor agrícola, buscando melhorar a qualidade e a sustentabilidade econômica, ambiental e social da região do Planalto Catarinense. Ao longo das aulas, o aluno aprenderá a planejar, executar e monitorar as etapas da produção e beneficiamento de produtos agrícolas, bem como a empregar corretamente os conceitos da engenharia rural e empreender novas práticas como alternativa para o desenvolvimento local.