PESQUISA Data de Publicação: 24 jun 2024 17:55 Data de Atualização: 24 jun 2024 18:03
Um projeto de pesquisa do Câmpus Lages está em execução por meio do Edital 02/2023/PROPPI e busca melhorar a captação de energia solar. "Sistema Automático de Posicionamento Fotovoltaico para Otimização da Captação de Energia Solar" é de coordenação do professor Jeferson Fraytag, da área de Processos Industriais do Câmpus Lages do IFSC.
A energia solar é uma fonte de energia renovável limpa e sustentável para produção de eletricidade. A captação desta energia é realizada através da utilização de módulos fotovoltaicos, responsáveis pela conversão da radiação solar em energia elétrica. A eficiência deste processo está diretamente relacionada à quantidade de radiação solar captada, ou seja, quanto maior a área de contato e o ângulo de incidência solar sobre os módulos, maior será a eficiência global do sistema. A energia solar tem sido cada vez mais utilizada em residências, empresas e indústrias como fonte complementar de energia, motivando assim o projeto proposto.
"Desta forma, o objetivo do projeto consiste em desenvolver um sistema automático de posicionamento para os módulos fotovoltaicos, o qual será capaz de acompanhar o ângulo de maior incidência solar e potencializar a geração de energia durante todo o dia. Esse sistema busca a eficiência e o baixo custo de implementação, atendendo consumidores de baixa renda, ou ainda comunidades que não tenham disponibilidade da rede elétrica convencional", explica o professor Jeferson.
Segundo o professor, o projeto de desenvolvimento do sistema automático de posicionamento fotovoltaico está atualmente na fase de montagem do protótipo, e no ainda este mês passará para etapa de testes e comissionamento. O sistema proposto está sendo desenvolvido com dois eixos de movimentação, com os quais estima-se um incremento de geração em torno de 32% quando comparado com os tradicionais sistemas fotovoltaicos fixos, cumprindo assim os objetivos propostos inicialmente. "Cabe salientar que o protótipo resultante do projeto ficará instalado no IFSC-Lages e servirá também para atividades de pesquisa e ensino futuras", completa.
O docente explica que a execução do projeto vem sendo feita por alunos bolsistas e voluntários, que dedicam uma carga horária de 20h semanais para trabalharem na parte de pesquisa e desenvolvimento dos sistemas eletroeletrônicos e mecânicos. Esses alunos envolvidos são dos cursos de Eletromecânica e Engenharia Mecânica, e utilizam as estruturas do Laboratório de Eletrônica e da Fábrica do Câmpus Lages do IFSC para executar as tarefas programadas. "Além disso, os assuntos de energia fotovoltaica e geração eficiente são comumente abordados em disciplinas correlatas nos cursos técnicos em Mecatrônica e Eletromecânica, citando o projeto como um potencial exemplo dessa área de atuação", complementa.
Um desses alunos é o bolsista João Victor França de Aguiar, que atualmente faz os dois cursos envolvidos no projeto. Ele está na primeira fase do curso superior de Engenharia Mecânica e na terceira fase do curso técnico em Eletromecânica. "Várias coisas fizeram eu me interessar pelo projeto. Primeiramente, eu sempre tive interesse pela área da pesquisa acadêmica sendo aquilo que eu quero fazer depois de formado na graduação. Então, quando apareceu a oportunidade de fazer parte do projeto, eu aproveitei para já começar nessa área, que também é a área do conhecimento que me interessa", conta o aluno.
João era estagiário no câmpus antes de migrar para a bolsa de pesquisa que, segundo ele, proporcionou um aprofundamento no tema e desenvolvendo habilidades. "Acredito que tive participação significativa durante o processo de desenvolvimento do projeto. Por conta dele, aprendi novas habilidades, como programação, e consegui também aprimorar meu conhecimento em áreas que eu já estudava, como a modelagem 3D e a eletrônica", reforça o estudante. Ele conta que está conseguindo conciliar os dois cursos e ainda fazer parte do projeto com plenitude. A escolha por iniciar ambas as formações foi para preencher uma lacuna de interesse que estava ociosa. "Tem a parte de eletrônica e elétrica no curso técnico que eu me interesso bastante. Aí como esse ano a parte da manhã eu também tinha livre, e como eu pretendo ano que vem fazer Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) eu já comecei a engenharia aqui, que aí consigo fazer a validação das matérias lá", reforça.
A experiência de estar num projeto como este é de grande valia para o aluno como forma de pertencimento à instituição e também corrobora para o processo de ensino-aprendizagem. "Em nível de ensino, o projeto proporciona aos alunos envolvidos competências e habilidades teóricas e experimentais, contribuindo para o processo de ensino-aprendizado de forma multidisciplinar. Os alunos vinculados ao projeto têm participação ativa em todas as etapas do desenvolvimento da pesquisa, seguindo sempre metodologias e critérios científicos, o que contribuirá para a formação pessoal e profissional deles", diz o professor Jeferson Freytag. Segundo ele, além disso, os estudantes podem levar seus conhecimentos técnicos e vivências para a sociedade, por meio de atividades de extensão.
"Estar em um projeto assim auxilia muito no ensino, visto que muitas das coisas que se aprende no curso, em aula prática ou teórica, são utilizadas para o desenvolvimento do projeto, então é possível exercer esse conhecimento na prática mesmo, além de desenvolver conhecimento de outras áreas", finaliza o bolsista. Ele destaca, também, a oportunidade de estar próximo aos professores, o que ajuda muito no adquirir conhecimento.
O IFSC e a Energia Solar
O tema das energias renováveis é constante no IFSC. Desde 2017, paineis solares para geração de energia elétrica estão sendo instalados nos Câmpus do IFSC, como parte de uma política nacional implementada pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação. Além disso, o IFSC faz parte do programa Qualifica Mais Energif, que é uma linha de fomento para a oferta de vagas no curso de qualificação profissional de Eletricista de Sistemas de Energias Renováveis. O Programa Energif, estruturado no âmbito da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), do Ministério da Educação (MEC), foca em medidas de melhoria no desempenho energético da Rede Federal, bem como a ampliação da oferta de cursos por suas unidades. Entre suas vertentes de apoio constam a aquisição de equipamentos de infraestrutura para geração de energia elétrica por fontes renováveis e a implementação de cursos para formação de profissionais na área.