PESQUISA Data de Publicação: 20 jul 2024 17:38 Data de Atualização: 25 jul 2024 11:31
Um projeto de pesquisa do Câmpus Lages busca fortalecer a iniciação científica para alunos ainda no Ensino Médio. Bioeconomia circular: prospecção, caracterização e aproveitamento de biomateriais a partir de resíduos de matérias-primas regionais da serra catarinense é coordenado pelo professor João Gustavo Provesi e foi ofertado por meio de edital do PIBIC-EM.
O projeto foi contemplado no Edital 01/2023/PROPPI - Programa de Iniciação Científica Júnior (PIBIC-EM). O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC EM) é voltado a estudantes do ensino médio (ensino médio técnico, técnico concomitante e técnico pós-médio). Visa fortalecer o processo de disseminação das informações e conhecimentos científicos e tecnológicos básicos e desenvolver atitudes, habilidades e valores necessários à educação científica e tecnológica dos estudantes.
O projeto, como diz o professor, é voltado para proporcionar aos estudantes um primeiro aprendizado na área da pesquisa acadêmica. "Foram quatro bolsistas do curso Técnico em Meio Ambiente e a ideia era que elas escolhessem um resíduo qualquer e fizessem a caracterização, ver a composição dele no laboratório e depois propusessem uma aplicação", conta o professor João. Os alunos usaram borra de café, casca de laranja, tangerina e folhas nativas. Com caráter pedagógico, o projeto contava com encontros nos laboratórios nos horários livres das acadêmicas. O curso Técnico em Meio Ambiente é ofertado na modalidade concomitante, ou seja, o aluno realiza o Ensino Médio na rede pública ou privada e faz o curso técnico no IFSC. "Mas claro, como ele é um projeto de PIBIC-M, de Ensino Médio, ele já tinha um viés mais de treinamento do bolsista. O foco principal era mais formar um possível pesquisador do que o resultado em si da pesquisa. E assim fui trabalhando", completa o professor. O projeto tem como prazo final de execução agosto deste ano.
A aluna Cibele Barros da Costa é aluna do curso Técnico em Meio Ambiente do Câmpus Lages do IFSC e faz o Ensino Médio na Escola de Ensino Básico Nossa Senhora do Rosário, escola pública localizada no município de Lages. "O meu interesse pelo projeto surgiu através das minhas colegas de turma, que também estão participando e elas me explicaram como funcionava e tudo mais. Eu acabei gostando e decidi entrar", conta a estudante. "Em relação à minha participação e desenvolvimento durante o projeto, eu avalio como positivo, até porque todas as práticas foram feitas em laboratório e é algo que me chama muita atenção, então eu gostei bastante", completa a aluna, que destaca entre as habilidades desenvolvidas a prática de laboratório.
A aluna compreende que a participação no projeto foi importante para sua formação e para projeção de sua carreira. "Eu acredito que seja principalmente pelas aulas práticas, até porque isso faz com que o aluno se force a ir lá fazer o que precisa ser resolvido. E quando acontece algum erro, o aluno tem que aprender a como resolver aquele problema. Então, essa é uma das coisas que eu acho mais eficiente e interessante no projeto, que realmente prende a atenção do aluno e faz com que ele queira resolver a situação", comenta. Ela diz que ter feito o curso e o projeto lhe deram a vontade de cursar Biotecnologia.
Maria Vitoria Klauss de Lima é estudante da Escola de Educação Básica Flordoardo Cabral, de Lages, e faz o curso técnico no IFSC. Ela teve contato com o assunto em sala de aula ficou curiosa para saber mais. "O interesse surgiu assim que o professor João comentou sobre o projeto, eu queria participar de algo a mais e este projeto apareceu para mim como um incentivo para uma aprendizagem maior", comenta a aluna, que chegou ao IFSC por meio de uma indicação de uma amiga.
Sobre sua participação no projeto, ela avalia que foi positiva. Para a estudante, o projeto cumpriu seu objeto, em ser uma forma de estimular estudantes a iniciarem na vida acadêmica e da pesquisa. "Eu acho que minha participação foi boa, até porque é algo que eu realmente me interesso, né? Então, isso faz com que o projeto seja melhor. As minhas habilidades com laboratórios ficaram melhores e também aprendi como fazer uma pesquisa mais extensa e mais profunda", complementa Maria.
Ao longo do desenvolvimento da atividade, a estudante desenvolveu óleos essenciais a partir de borra de café. "No projeto, nós aprendemos muito sobre resíduos e o que fazer com eles, isso ajuda com que nós possamos saber o que fazer para aproveitar. E isso é uma forma de ter uma visão melhor sobre os institutos de pesquisa", diz. A participação no projeto e a realização do curso fizeram com que a aluna despertasse o interesse em seguir no IFSC, desta vez cursando o Ensino Superior na graduação em Engenharia Química.
Karla Sabrine Fernandes de Oliveira é outra bolsista no projeto. Ela cursa o Ensino Médio na Escola de Educação Básica Vidal Ramos Júnior, também de Lages. O interesse surge após saber sobre a disponibilidade da bolsa. "Quando o professor falou sobre o projeto e que ia ter algumas vagas de bolsistas, eu achei bem interessante. Eu entrei para o IFSC e nunca tinha participado de nada assim antes e achei bem interessante. Então, decidi participar do projeto e está sendo uma experiência muito boa para mim", comenta a estudante.
A aluna conta que a experiência foi válida e importante para impulsionar seu futuro profissional. "Eu acho que a minha participação no desenvolvimento do projeto foi muito boa. Conseguimos alcançar todas as nossas fases até agora e está sendo uma experiência muito boa para mim", disse a estudante. Para ela, estar no IFSC e, especialmente, em um projeto como este foram importantes para decidir fazer o curso de Engenharia Ambiental na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), que tem um câmpus na cidade.
Sobre o curso
O curso Técnico em Meio Ambiente é ofertado no Câmpus Lages no período da tarde e tem duração de dois anos. Para realizar o curso, o candidato deve ter concluído o primeiro ano do Ensino Médio. O técnico em Meio Ambiente é o profissional capaz de interferir nas relações entre os seres humanos e todos os demais elementos que compõem a natureza. Atua na organização de programas de educação ambiental, de conservação e preservação de recursos naturais, de redução, reúso e reciclagem. Além disso, auxilia na elaboração, acompanhamento e execução de sistemas de gestão ambiental; coleta e interpreta informações e dados ambientais; opera sistemas de tratamento de poluentes e resíduos sólidos, entre outras atividades. Pode atuar também na identificação das intervenções ambientais, análise das suas consequências e execução de ações para preservação, conservação, otimização, minimização e remediação dos seus efeitos.
Ao concluir o curso, o formado recebe a certificação de Técnico em Meio Ambiente. Ao longo do curso, recebe as certificações intermediárias de Agente de Gestão de Resíduos Sólidos, Agente de Desenvolvimento Socioambiental e Operador de Estações de Tratamento de Água, de Esgoto e de Efluentes Industriais. Além deste, o câmpus dispõe dos cursos técnicos em Eletromecânica, Química, Informática para Internet, Mecatrônica, Agroecologia, Administração e Desenvolvimento de Sistemas.