EXTENSÃO Data de Publicação: 29 out 2019 14:41 Data de Atualização: 30 out 2019 09:12
A equipe formada por estudantes do Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) ficou entre as dez melhores do Brasil na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), encerrada no sábado (26) em Rio Grande (RS). Foi o melhor desempenho do IFSC na competição e um feito ainda mais relevante levando-se em conta que os alunos de primeiro ano de ensino médio têm apenas 15 anos e participaram pela primeira vez da competição estudantil.
A OBR é uma tradicional competição estudantil, realizada desde 2006, que tem como objetivo estimular os jovens às carreiras científicas e tecnológicas. Os estudantes precisam desenvolver um robô autônomo, capaz de percorrer pistas que simulam uma situação de desastre, nas quais os robôs superam obstáculos e resgatam objetos.
Integrantes da equipe Robotron, Kamylo Serafim, 15 anos, Jean Nesi, 15, e Kauã Librelato, 14, são estudantes do primeiro ano do curso técnico em Mecatrônica Câmpus Criciúma. Por terem conquistado o primeiro lugar na etapa estadual da OBR, realizada em Joinville no mês de agosto, eles representaram Santa Catarina na etapa nacional da competição. Entre 50 equipes de ensino médio, eles ficaram na oitava colocação.
A competição
Cada equipe precisava encarar três pistas com níveis de dificuldade diferentes. O robô dos estudantes de Criciúma fez a pontuação máxima na primeira pista e boas pontuações nas outras duas. Com o bom desempenho, passaram à rodada final, que reunia dez equipes, e acabaram na oitava posição.
“Um dos nossos principais objetivos era participar para ganhar conhecimento, ter novas ideias e aprender com as outras esquipes. Fizemos muitas amizades e por fim conseguimos uma ótima colocação. Nosso principal objetivo ficar entre os dez primeiros”, relata Jean. “Nosso dia a dia foi basicamente arrumar os erros que o robô apresentava, desde a programação até as pilhas. A concentração foi essencial durante a competição”, acrescenta Kauã.
A estratégia da equipe de Criciúma foi buscar a pontuação nas pistas de acordo com as tarefas que o robô poderia executar. Ou seja, se os alunos sabiam que o robô não conseguiria cumprir todo o percurso e resgatar os objetos, a opção era por desempenhar aquelas tarefas para as quais o robô estava preparado, como seguir a linha traçada no chão. “Buscamos fazer o simples e isso foi bastante eficaz. Nosso robô era simples em comparação aos demais, bem compacto, e não tínhamos tanta experiência. Mas fomos lá, outros robôs gastavam muito tempo no seguidor de linha, e isso atrapalhou as outras equipes”, conta Kamylo.
Experiência
O estudante destaca ainda a importância da troca de experiências com colegas de todo o Brasil. “Fizemos amizade com equipes de outros estados, enquanto trabalhávamos nos robôs compartilhávamos nossas experiências em outras competições e no próprio robô”, diz. “Para nós, do primeiro ano do ensino médio, sem conhecimento nenhum, ganhar um estadual e ficar entre os dez melhores do país é algo inexplicável, e nos incentiva bastante nos próximos anos a buscar um resultado ainda melhor”, completa Kamylo.
O Câmpus Criciúma do IFSC tem tradição em participar da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Entre 2015 e 2017, a escola foi tricampeã na etapa estadual da competição. Ficar entre as dez primeiras foi o melhor desempenho de uma equipe do Câmpus na fase nacional da OBR. Em 2019, estudantes do técnico em Mecatrônica e da Engenharia Mecatrônica conquistaram o terceiro lugar na Robocup, competição de robótica disputada na Austrália.
Para Douglas Lucas dos Reis, professor do IFSC que acompanhou a equipe na OBR, o bom desempenho para estudantes novatos demonstra a dedicação dos alunos na preparação. “Eles trabalharam bastante, não apenas no IFSC, como em casa também, e acabaram com um oitavo lugar na OBR nacional, que é uma competição muito difícil”, diz Douglas.
O professor destaca que o IFSC procura levar o maior número possível de estudantes para as competições de robótica, tendo como objetivos principais a experiência e o aprendizado. “O objetivo quando a gente participa da OBR é levar uma grande quantidade de equipes, nem sempre focando em equipes qualificadas para vencer. O objetivo é aprender com tudo isso. Por isso que a experiência foi boa. Apesar de estarem com um robô simples, com poucos materiais, com a menor quantidade de peças e sensores comparado aos robôs finalistas, e com uma estratégia simples, conseguiram trabalhar da melhor forma possível. Eles fizeram o simples, mas bem feito”, afirma.