SNCT Data de Publicação: 27 set 2024 15:57 Data de Atualização: 27 set 2024 17:55
Competição de robótica foi uma das atrações da SNCT 2024 no Câmpus Florianópolis
A programação teve diversas atrações, incluindo jogos como o bingo sobre clima promovido pelo curso de Meteorologia
Oficinas, como a de Soldagem, também atraíram os visitantes
Palitos de picolé viraram material para construção de pontes. Na competição promovida durante a SNCT, as pontes tinham que resistir à pressão aplicada sobre elas
O concurso de pontes de palito de picolé teve transmissão ao vivo no hall de entrada do câmpus
O Câmpus Florianópolis do IFSC realizou em 23 e 24 de setembro a edição 2024 da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) com aproximadamente 100 atividades diferentes (algumas repetidas em mais de um turno) e participação de cerca de 6 mil pessoas. Exposições, oficinas, competições, palestras, jogos, minicursos e outras atrações mostraram a produção científica, tecnológica e artística do câmpus para as comunidades interna e externa.
Cerca de 3,7 mil das pessoas que participaram das atividades da SNCT eram estudantes do câmpus. Outras 2,2 mil foram crianças e adolescentes que estudam em outras instituições de Florianópolis, Biguaçu, Palhoça e São José, sendo que pouco mais de metade delas (1.280) vieram com transporte fornecido pelo IFSC e participaram de uma visitação guiada por voluntários (servidores e estudantes do câmpus).
Outros visitantes vieram por meios próprios e também curtiram as atrações. Ana e Sofia, estudantes de 16 anos de duas escolas diferentes em Florianópolis, participaram de um bingo organizado pelo curso técnico em Meteorologia em que foram testados conhecimentos dos participantes sobre clima e meteorologia.
As duas fazem parte de um grupo de escoteiros da capital catarinense e já sabiam algumas informações, mas, mesmo assim, avaliaram como positiva a atividade. “Foi muito legal para fixarmos o conhecimento”, comenta Ana.
Amigo delas, Felipe Sant’Anna, também de 16 anos, é estudante do curso técnico integrado em Eletrotécnica do Câmpus Florianópolis e aproveitou a SNCT para conhecer o que é produzido em outros cursos. Além do bingo da Meteorologia, ele participou de uma corrida de orientação. “A gente não tem muitas oportunidades para saber o que tem em outros cursos do câmpus”, diz.
Exposições
A exposição de pôsteres reuniu 84 trabalhos científicos e tecnológicos desenvolvidos no câmpus. Eles serão publicados no o caderno de resumos da SNCT, que, a partir deste ano, conta com número ISSN, código internacionalmente aceito para publicações seriadas.”Isso já representa que é uma publicação consolidada. Então nós temos esse diferencial”, destaca o diretor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão e coordenador da SNCT no câmpus, Rogério de Souza Versage.
Alguns trabalhos também foram expostos em sete estandes instalados no pátio do bloco central - um para cada departamento acadêmico do câmpus - e na Feira de Ensino, Pesquisa e Extensão, que reuniu 27 projetos integradores e de pesquisa, além de trabalhos de conclusão de curso (TCCs).
Competições
Duas competições promovidas durante a SNCT chamaram a atenção do público na tarde de terça-feira, dia 24. Com transmissão ao vivo em um telão no hall de entrada do câmpus - pois o laboratório onde estava sendo realizada não tinha espaço suficiente para receber todo o público - o concurso de pontes construídas com palitos de picolé reuniu oito equipes formadas por estudantes dos cursos de Engenharia Civil, técnico em Edificações e técnico em Química do Câmpus Florianópolis, além de participantes externos (de outra escola e da Universidade Federal de Santa Catarina).
“Buscamos com essa competição algo que em sala de aula é visto de maneira mais teórica”, explica o professor André Puel, do Departamento Acadêmico de Construção Civil (Dacc). Os estudantes tiveram que projetar e construir as pontes com os palitos picolé, tentando fazê-las o mais resistente possível à pressão que seria exercida durante o concurso. Aquela que resistisse mais seria a vencedora.
As pontes deveriam ter 50cm de comprimento, serem construídas com até 400 palitos e pesar até 400 gramas.
Outra competição foi a de robótica, na qual estudantes da primeira à quarta fases dos cursos técnicos integrados do câmpus tiveram que programar robôs para que realizassem tarefas - chamadas “missões” - em um circuito. No primeiro dia da SNCT, a equipe de robótica do câmpus ministrou oficina para os participantes, quase todos sem nenhuma experiência prévia com o tema, e, no segundo dia, foi realizada a competição.
“O objetivo foi difundir a robótica no câmpus”, ressalta o professor Greyson Alberto Rech, que coordena o Polo Olímpico e a equipe de robótica Magic Island do câmpus.
Na equipe vencedora da competição, chamada Skin, nenhum dos três componentes, todos com 16 anos de idade, tinha experiência anterior com robótica. Emanuel Davi Abraira, do curso técnico em Edificações diz que “sempre achou [a robótica] algo interessante” e que pretende cursar futuramente Ciência da Computação. Já Ítalo dos Santos, da primeira fase do curso técnico em Eletrônica, avalia que programar o robô foi a parte mais difícil e que o trabalho em grupo foi fundamental para ganharem a competição;
Conexão com o aniversário do IFSC
O primeiro dia da SNCT no Câmpus Florianópolis coincidiu com o aniversário de 115 anos do IFSC, celebrado em 23 de setembro - que se confunde com o próprio aniversário do câmpus, já que a instituição nasceu na capital catarinense, única cidade em que funcionou até 1988. Para comemorar a data, foi realizada uma gincana na segunda-feira, na qual nove equipes de estudantes realizavam provas falando sobre cursos, personalidades, ciência e tecnologia, entre outros assuntos. As três primeiras colocadas foram premiadas.
Equipe engajada
No total, 940 pessoas, entre estudantes e servidores, trabalharam na SNCT do Câmpus Florianópolis, dos quais 650 dedicaram-se à oferta das atividades. Outros 100 alunos foram voluntários, atuando como guias dos visitantes, como suporte das atividades, no credenciamento, na orientação dos visitantes pelos câmpus, entre outras funções.
“Tivemos também nove bolsistas que foram selecionados em junho para trabalhar no evento e ficaram trabalhando com a gente no pré-evento o tempo todo, e uma equipe de organização bem robusta para poder dar conta. A gente fez, em junho, uma chamada interna, um convite para toda a comunidade interna, para ver quem queria participar da comissão organizadora, colaborando ali como coordenadora de junto. Isso foi muito legal esse ano, que a gente abriu a oportunidade para todos, e pessoas novas vieram por acreditar no projeto. Viraram parceiros de trabalho e foi bem marcante para esse evento também”, conta Rogério Versage.
Preocupação ambiental
Um diferencial da SNCT do Câmpus Florianópolis em 2024 foi a busca por fazer um evento sustentável. O câmpus possui uma Assessoria de Gestão Ambiental, que envolveu-se na organização do evento.
Foi produzido um manual de boas práticas para quem trabalhou na SNCT, com orientações para que as atividades fossem mais sustentáveis. Houve atividades de conscientização para todos os participantes, e as escolas visitantes foram convidadas a trazer tampinhas de garrafas PET para serem reutilizadas no câmpus - com uma máquina injetora de plástico do Departamento Acadêmico de Metal-Mecânica (Damm) foram produzidos moldes para transformar as tampinhas em peões de brinquedo.
Outra ação sustentável foi a parceria com uma empresa especializada em reciclagem, que resultou numa campanha promovida pelo câmpus para receber esponjas de cozinha usadas, que foram trocadas por 115 mudas de árvores nativas.