INOVAÇÃO Data de Publicação: 27 set 2024 15:09 Data de Atualização: 27 set 2024 16:44
Como o IFSC pode promover o uso consciente e eficiente dos recursos energéticos? Uma das respostas é a capacitação de professores para trabalhar os temas ligados à eficiência energética em seus cursos e câmpus. Entre 16 e 20 de setembro, a professora Roberta Costa Ribeiro da Silva, do Câmpus Canoinhas, e os professores Rogério Lima Mota de Oliveira, do Câmpus Xanxerê, e Thiago Henrique Mombach, do Câmpus Lages, participaram do curso de Formação de Formadores na área de Eficiência Energética em Edificações do Projeto EnergIF, em Brasília.
“O principal aprendizado sobre eficiência energética é o de que nós, como educadores e educadoras, temos um papel extremamente importante em difundir informações para a comunidade sobre o uso racional de recursos, uma vez que dispomos de conhecimento científico para fazer diferente. E isso não significa perda de qualidade em nossas habitações, mas, sim, uma maneira de olhar além, perceber e refletir sobre o nosso estilo de vida”, explica professora Roberta, do eixo de Infraestrutura.
“Com a crescente preocupação global em torno das mudanças climáticas, esse curso se torna ainda mais relevante, formando agentes de transformação que podem promover práticas de construção sustentável e contribuir para um mundo mais consciente e responsável”, complementa professor Rogério, da área de Ciências Térmicas.
Para professor Thiago, o curso foi “uma abertura de portas” para a aplicação dos conhecimentos aprendidos nos locais de trabalho, nas residências e edificações em geral. “O fato de os participantes terem a possibilidade de replicar esse conhecimento com a comunidade interna e externa dos IF aumenta ainda mais a importância do curso, podendo gerar uma economia de recursos financeiros a quem melhorar a eficiência energética de suas edificações”, destaca. Ele é professor da área de Elétrica e coordenador do curso técnico em Eletromecânica do Câmpus Lages.
Aprendendo para ensinar
O curso de Eficiência Energética em Edificações foi sediado pelo Instituto Federal de Brasília (IFB) e reuniu 56 professores de institutos federais do país. O Projeto EnergIF é desenvolvido com a participação do IFSC, do Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética nas Instituições Federais de Educação (EnergIFE) e Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
Durante as aulas, os participantes conheceram como está estruturada a matriz energética mundial de recursos disponíveis que são consumidos nos processos produtivos e refletiram sobre a importância de melhorar a eficiência energética em nível global, a partir de ações locais. Viram também sobre a importância do monitoramento do consumo, a partir das próprias informações das contas de energia e do auxílio de ferramentas para a gestão do consumo energético, como o Portal de Gerenciamento Energético (PGEN) já implementado em vários câmpus da rede federal.
“Por fim, os professores abordaram a escolha dos melhores equipamentos, comuns em nossos câmpus ou edificações, tais como condicionadores de ar, elevadores, bombas d´água e sistemas de iluminação. Fiquei muito feliz com o curso realizado, com o preparo e capacidade técnica de todo o corpo do EnergIF”, avalia o professor Rogério, que espera retornar para o curso de Eficiência Energética Industrial, que acontece em novembro.
Conforme professor Thiago, a aplicação da análise de eficiência energética cabe tanto em projetos de ensino quanto de pesquisa e extensão, promovendo economia financeira e de recursos naturais. “Qualquer tipo de economia gerada beneficia tanto as pessoas que atuam nos projetos, como a comunidade em si.”
Outro aprendizado valioso, segundo professora Roberta, foi o de poder aprofundar conceitos de resfriamento e aquecimento passivo de edificações por meio de estratégias bioclimáticas, para que as edificações não necessitem depender de sistemas ativos. “Estas estratégias já estão sendo exigidas em leis, como por exemplo, nos códigos de obras de algumas cidades, como Canoinhas, e por isso fazem parte dos conteúdos das disciplinas do curso técnico em Edificações”, explica.
Crise climática
Como o curso ocorreu durante o período de intensa fumaça das queimadas que atingiram a Floresta Nacional de Brasília, as aulas precisaram ser suspensas presencialmente durante um dia e mudadas de local no restante da semana. “Este fato serviu para vivenciar na prática os efeitos climáticos da crise atual e reforçar ainda mais a relevância de formações sobre o tema, uma vez que, no Brasil, grande parte das emissões dos gases com efeito de estufa (GEE) está relacionada a mudanças no uso da terra, por conta de queimadas e desmatamento”, comenta a professora do Câmpus Canoinhas.