INOVAÇÃO Data de Publicação: 27 mar 2024 08:21 Data de Atualização: 27 mar 2024 19:37
Como potencializar a atuação do Polo de Inovação do IFSC? Qual a visão do Polo para além de ser uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii)? Como fazer a articulação com o setor produtivo para ações formativas de base tecnológica a serem executadas pelos câmpus? Estes foram alguns questionamentos levantados durante o PoloDay, realizado nesta terça-feira (26) no auditório do Câmpus Florianópolis do IFSC. Com a presença de gestores, pesquisadores, estudantes, empresários e representantes de organizações externas, o evento teve como objetivo difundir a cultura da inovação no Instituto e ampliar conexões para o desenvolvimento de projetos.
O Polo de Inovação é uma unidade administrativa - vinculada à Reitoria e instalada no Câmpus Florianópolis - especializada na prospecção, contratação e gerenciamento de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) em áreas de competência específicas. Embora já exista há seis anos - tendo iniciado como Polo Embrapii - nomenclatura não mais utilizada -, o Polo de Inovação ainda está muito associado à Unidade Embrapii do IFSC, que possui como área de competência Sistemas Inteligentes de Energia. “Precisamos pensar sobre o que o Polo de Inovação pode nos trazer para além da Unidade Embrapii”, destacou o diretor-geral do Polo de Inovação do IFSC, Robinson Pizzio.
O diretor ressaltou a necessidade de a instituição dar um salto à frente para dar conta do que o setor produtivo de Santa Catarina espera de um instituto como o IFSC. “Com nossos diversos câmpus, estamos aptos a contribuir com todo o arranjo produtivo catarinense e, para isso, precisamos fortalecer a nossa atuação enquanto polo”, afirmou.
O reitor do IFSC, Maurício Gariba Júnior, presente na cerimônia de abertura do PoloDay, reconheceu o papel fundamental que o Polo desenvolve na instituição e também defendeu que seu leque de atuação seja ampliado para além da Embrapii. “Que possamos refletir sobre o papel do Polo como catalisador de ideias, centro de excelência e ponto de convergência entre a necessidade do setor produtivo e a expertise dos nossos pesquisadores”, ressaltou.
O evento teve dois momentos distintos durante a programação. Pela manhã, pesquisadores do IFSC e gestores dos câmpus e da Reitoria debateram a visão e funcionamento do Polo de Inovação na perspectiva de ampliar as possibilidades de captação e execução de projetos de PD&I. Já no período da tarde, empresários, bolsistas e representantes de organizações externas assistiram duas palestras voltadas para difundir a cultura da inovação e para divulgar oportunidades de realização de projetos conjuntos entre IFSC e outros atores dos ecossistemas de inovação.
O empresário Luiz Henrique Rafael, proprietário de uma startup em São José que trabalha na área de mobilidade elétrica (veículos elétricos), participou do PoloDay como interessado em conhecer oportunidades de parceria que pode estabelecer com o Polo de Inovação do IFSC. Ele já conhecia o Polo por ter atuado, como engenheiro da Celesc, no projeto Converte, de conversão de carros para elétricos (a Celesc é parceira do IFSC na iniciativa).
Na visão de Luiz, a possibilidade de estabelecer uma parceria com o Polo de Inovação é benéfica para uma startup por causa do conhecimento e da credibilidade que o IFSC possui. Também traz benefício financeiro por diminuir o aporte que a startup - uma empresa de pequeno porte - tem que fazer para desenvolver uma tecnologia.
Trabalhar como bolsista em projetos desenvolvidos no Polo trouxe benefícios para João Pedro Duarte e Natália Besen, ambos estudantes do curso de Engenharia Eletrônica do Câmpus Florianópolis. João Pedro, 24 anos, está no segundo projeto, totalizando dois anos de atuação. Para ele, os principais ganhos foram: ampliação do conhecimento técnico e prático em áreas como aplicações de inteligência artificial, melhoria nas relações interpessoais e possibilidade de conhecer locais de interesse pessoal (como numa visita à usina de Furnas). “Quase tudo foi novo”, comenta João, que está na sétima fase do curso.
Natália, 23 anos, está na nona e penúltima fase do curso. Ela é bolsista do Polo há menos tempo (quatro meses) e até o momento atuou mais com pesquisa teórica e já teve acesso a novos conteúdos. “Tive contato com a área de veículos elétricos, que eu não conhecia”, conta.
Polo de Inovação X Unidade Embrapii
Entender a diferença entre o Polo de Inovação e a Unidade Embrapii do IFSC é o ponto de partida para construir a visão do Polo, segundo Robinson. O diretor-geral do Polo de Inovação do IFSC esclareceu a confusão de nomenclatura, uma vez que o Polo passou a existir em 2018 como Polo Embrapii . Atualmente, com a mudança na legislação, o que era então conhecido como Polo Embrapii passou a ser o Polo de Inovação do IFSC, que tem em sua estrutura uma Unidade Embrapii. “Na nossa visão, queremos ter um Polo de Inovação com uma Unidade Embrapii internalizada”, explicou.
O Polo de Inovação pode fazer projetos de PD&I, oferecer serviços tecnológicos especializados que contribuam para a inovação e promover a articulação com o setor produtivo para ações formativas de base tecnológica a serem executadas pelos câmpus. Em sua explanação na manhã desta terça, Robinson deixou claro também o que o Polo não faz: projetos de ensino, de pesquisa ou de extensão não vinculados a demandas do setor produtivo; parcerias do IFSC com a Administração Direta; e a gestão da propriedade intelectual do IFSC, mesmo se originadas nos projetos em parceria com setor produtivo.
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Experiência do IFCE
Referência na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica na área de PD&I, o Instituto Federal do Ceará (IFCE) conta com um Polo de Inovação desde 2015 e se tornou a instituição pública que mais registra programas de computador no Brasil - de acordo com o Ranking do INPI 2021. “Nossa virada de chave foi conseguir deixar o processo transparente e nos tornamos mediadores entre a procuradoria, as demandas do setor privado e a linguagem acadêmica”, destacou o Diretor-geral do Polo de Inovação do IFCE, Tarique da Silveira Cavalcante, convidado ao PoloDay para compartilhar a experiência de estruturação do Polo do instituto cearense.
O Polo de Inovação do IFCE já contabiliza mais de 150 projetos desenvolvidos em parceria com empresas envolvendo mais de 2,5 mil alunos. “O impacto para o IFCE ao ter um polo de inovação como o nosso é colocar seu nome da prateleira de visibilidade e know-how para o cenário nacional”, disse Tarique.
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