Polo de Inovação participa do Sepei com palestra e exposição de projetos

SEPEI Data de Publicação: 23 ago 2024 17:22 Data de Atualização: 23 ago 2024 18:36

O Polo de Inovação do IFSC participou pelo segundo ano do Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei), tendo como objetivos expor os trabalhos que desenvolve para atender demandas do setor produtivo e mostrar a servidores e estudantes como eles podem propor e participar de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). 

O Polo é uma unidade administrativa vinculada à Reitoria, especializada na prospecção, contratação e gerenciamento de projetos de PD&I em áreas de competência específicas. Ele é o também o setor responsável por administrar a unidade do IFSC da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Na Feira de Inovação do Sepei, o Polo apresentou quatro projetos de PD&I realizados em conjunto com empresas por meio da Unidade Embrapii do IFSC, localizada no Câmpus Florianópolis. Um deles é o desenvolvimento de um motor elétrico para veículos de utilidade (como caminhões). Outro tem como objetivo criar um dispositivo para análise de ruídos e auxiliar o monitoramento de máquinas dentro de ambientes industriais. Um drone para inspeção de linhas elétricas e um protocolo de comunicação de energia para que o carregamento de veículos elétricos possa ser bidirecional - da casa para o veículo e do veículo para a casa - são os produtos dos demais projetos apresentados.  

No momento, o Polo de Inovação realiza apenas projetos de PD&I que têm ligação com a área de atuação da Unidade Embrapii do IFSC - “sistemas inteligentes de energia” - e todas essas iniciativas são desenvolvidas na Grande Florianópolis, a partir de demandas trazidas por empresas. No entanto, um dos objetivos do polo para o futuro é ampliar seu escopo de atuação, por meio de um novo regimento, além de começar a atuar no interior de Santa Catarina. “A gestão da Reitoria colocou esse como um objetivo: o de instigar câmpus do interior a participar dos projetos da Unidade Embrapii”, conta o diretor-geral do polo, Robinson Pizzio.

A participação no Sepei desde o ano passado é uma das estratégias para tornar o Polo de Inovação mais conhecido em todo o IFSC e alcançar o objetivo de interiorização. “Acabamos tendo uma visibilidade que não tínhamos antes [da participação no Sepei]”, comemora Robinson. Segundo ele, aumentou a procura de servidores e estudantes pelo Polo de Inovação, embora alguns ainda tenham dificuldade de compreender exatamente qual é o foco de atuação do setor e no que ele se diferencia da Unidade Embrapii.

-> Entenda no Blog do IFSC o que são o Polo de Inovação e a Unidade Embrapii

Em resumo, a Unidade Embrapii faz parte do Polo de Inovação do IFSC. No entanto, enquanto o Polo pode atuar em projetos de diversas áreas, a Unidade só pode ter projetos relacionados à área de sistemas inteligentes de energia, pois é a única em que o IFSC foi outorgado pela Embrapii para atuar. 

Tanto o Polo de Inovação quanto a Unidade Embrapii têm como foco principal a atuação junto à indústria nacional, principalmente a catarinense. Por isso, os projetos envolvem a participação de empresas que têm demandas por uma solução inovadora. 

Os projetos desenvolvidos pelo Polo envolvem equipes multidisciplinares. Todos são coordenados por um servidor do IFSC - que pode ser um professor ou um técnico administrativo, desde que seja um pesquisador credenciado. De tempos em tempos, o Polo de Inovação do IFSC abre chamadas para credenciar novos pesquisadores.  

Os estudantes do IFSC também podem participar do Polo de Inovação como bolsistas ou voluntários. Quando há bolsas disponíveis, a divulgação é feita na página do Polo no Portal do IFSC e no LinkedIn. Em 2023, o setor atuou em 10 projetos, com 31 pesquisadores e 55 estudantes bolsistas envolvidos.
 

Palestra aborda prospecção de projetos


O coordenador de Gestão de Projetos do Polo de Inovação, Felipe Cintra Nunes Braga, ministrou no Sepei uma palestra sobre como prospectar (ou seja: tomar a iniciativa de buscar) projetos de PD&I com o setor produtivo. 

Felipe listou os conceitos de pesquisa, desenvolvimento e inovação definidos pela portaria 646/2022 da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), que normatiza o funcionamento dos Polos de Inovação e explicou que “o IFSC não faz PD&i sozinho”. Isso porque a portaria define a inovação como “introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo e social”, ou seja: é algo que necessariamente precisa ser implementado fora da instituição.

“Não existe projeto de PD&I no IFSC sem parceria com o ambiente produtivo. O ambiente produtivo e social está lá fora e ele é condição necessária para essa definição [de inovação]”, comentou o coordenador na palestra.

Os pontos que compõem a prospecção de projetos foram detalhados por Felipe: conhecer as potencialidades institucionais; mapear o ambiente externo; compreender as necessidades não atendidas; e acompanhar tendências emergentes. Já os passos para a prospecção de projetos com as empresas, de acordo com o coordenador, incluem: contato inicial e apresentação institucional; identificação de possibilidades; discussão de escopo; planejamento e orçamento do projeto; e negociação, que inclui discutir de onde vêm os recursos e como será a divisão da propriedade intelectual. 

“Muitas vezes é um vai e vem. É muito raro que a gente discuta o escopo, faça o orçamento, apresente para a empresa e ela diga: ‘tá aprovado’. Normalmente vai ter mais idas e vindas entre essas duas etapas”, ressalta. Com relação à propriedade intelectual, como regra a propriedade intelectual dos projetos é partilhada entre IFSC e empresa participante. Servidores também podem ter direito, a depender do caso.

O coordenador chamou a atenção para o fato de que, embora a demanda venha do setor produtivo, a palavra final sobre como vai ocorrer o projeto de PD&I é do IFSC. Quando a instituição faz um projeto desse tipo em conjunto com a empresa há um “pacto de meio”, ou seja: o IFSC é responsável por conduzir a pesquisa que pode ou não levar a uma inovação. Não há garantia de que o resultado final será o imaginado no início dos contatos, o que é diferente de uma prestação de serviço, no qual o contratante paga pela execução de um serviço com resultado já esperado, sem inovação.  

“A gente capta com a empresa as necessidades, mas quem define quantos bolsistas e quantos meses de projeto é o IFSC. Não é a empresa. A empresa não pode chegar pra gente e dizer: ‘quero um projeto de 12 meses, que você contrate três bolsistas…’. Quando a empresa faz isso, ela não está contratando um projeto de PD&I, ela está terceirizando mão de obra, alguém que possa fazer o trabalho por ela. É claro que nós temos que estar atentos às expectativas da empresa quanto a prazo. A gente escuta, vem pra fase interna, discute e vê se dá para fazer ou se o risco é muito grande ”, afirmou.

Por fim, Felipe apresentou as estruturas que o IFSC dispõe para apoiar a prospecção de projetos de PD&I. O Departamento de Inovação e Assuntos Internacionais da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação é o responsável atualmente pela formalização de projetos que estejam fora da área de atuação da Unidade Embrapii, enquanto o Polo de Inovação cuida das propostas que estejam dentro da área de sistemas inteligentes de energia.

Ainda no Sepei, o diretor-geral do Polo, Robinson Pizzio, participou de um debate sobre desafios e caminhos para desenvolver um ecossistema da inovação, que está disponível no canal do IFSC no YouTube.

Para saber mais sobre o Polo de Inovação, acesse a página do setor no Portal do IFSC

Conheça a Política de Inovação do IFSC, aprovada em 2023.
 

 

 

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