EVENTOS Data de Publicação: 06 out 2023 08:24 Data de Atualização: 19 out 2023 11:02
A equipe do Câmpus Chapecó do IFSC selecionada para participar da edição 2023 do programa de formação de jovens meninas líderes “Power4Girls – Empower to Lead” está em Brasília para participar da etapa final do evento. As estudantes Milena Ghisleni Raimann (15 anos), Vitória Mucelini Wagner (16 anos), Eduarda Bueno Zonta (18 anos) e Karoline Paula Coletti Gomes (16 anos) e o professor orientador Marcos Virgilio embarcaram nesta quinta-feira (05) para a capital do país.
Nesta sexta-feira, a equipe participa do evento presencial com exposição do protótipo para escolas de Brasília e aberto ao público e no sábado (07) haverá a apresentação das 20 equipes selecionadas de todo o país, com divulgação das vencedoras. Como o tema da edição 2023 do Power4Girls é Inclusão e Acessibilidade, o grupo apresentará uma proposta que visa propiciar a pessoas com deficiência visual o ingresso ao universo da programação, ao desenvolver uma solução de abstração de hardware acessível, sobre componentes do Arduino e com identificação tátil em braile. A iniciativa rendeu homenagem da Assembleia Legistavida de Santa Catarina (Alesc).
A iniciativa do “Power4Girls – Empower to Lead” é da Embaixada e Consulado dos Estados Unidos em parceria com o Instituto Gloria e apoio do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). Tem como objetivo empoderar meninas por meio de uma formação que estimula o empreendedorismo, inovação e responsabilidade social para o ambiente de trabalho do século 21. No ano passado, alunas do Câmpus São Miguel do Oeste do IFSC também participaram do programa.
Entenda melhor
A proposta das alunas do IFSC é desenvolver uma camada de abstração de hardware que possibilite a utilização da plataforma Arduíno por pessoas com deficiência visual. O Arduíno é uma plataforma de código aberto para desenvolvimento de projetos eletrônicos. Com o projeto das estudantes, a intenção é que quem tenha deficiência visual também possa aprender e praticar conceitos de eletrônica, automação e internet das coisas.
A estudante Milena explica que, com a ajuda do professor do IFSC Marcos Virgilio da Costa, que virou o coordenador da equipe, elas identificaram a falta de inclusão de pessoas com deficiência visual no universo da programação e eletrônica. “A plataforma mais difundida de prototipagem, o Arduino, não oferece componentes nem dispositivos (placas, sensores e demais componentes eletrônicos) pensados para acessibilidade”, relata.
Por isso, as alunas decidiram elaborar uma proposta em que desenvolverão placas de circuito impresso, que permitam a extensão da placa Arduino, possibilitando o uso de conectores com identificação tátil em braille. “O mesmo será feito com alguns sensores e componentes eletrônicos, permitindo que pessoas com deficiência visual possam projetar circuitos utilizando acessibilidade tátil”, explica Milena. A proposta poderá ser utilizada de forma adaptada para o ensino de eletrônica para pessoas com deficiência visual, uma vez que componentes mais simples de eletrônica também não possuem variantes acessíveis.
“Elas vão ter um contato bem mais amplo com o universo da eletrônica e automação, que não está previsto no escopo do curso. Além disso, vão vivenciar o ciclo de desenvolvimento de um produto real, para 'clientes" reais. E ainda imergir no mundo das pessoas com deficiência visual", comenta o professor orientador.