Alunas de Meio Ambiente organizam coleção zoológica do Câmpus Criciúma

PESQUISA Data de Publicação: 17 dez 2024 13:47 Data de Atualização: 20 dez 2024 12:09

Gafanhotos, mariposas, besouros, caramujos, cobras, lagartos e até um dente de jacaré que fazem parte do acervo do Laboratório de Biologia do Câmpus Criciúma agora estão catalogados e expostos permanentemente ao público - mais uma “atração” para visitantes e alunos do IFSC. Imaginava-se que eram 150 unidades de 100 espécies diferentes. No final das contas, eram muito mais. Atualmente, o acervo conta com 3.641 espécimes que representam 220 espécies.

O trabalho de catalogação ficou a cargo das estudantes do curso técnico concomitante em Meio Ambiente, Ana Julia da Silva Garcia e Giovana Berto Dias, orientadas pelo professor Pedro Rosso. E o esforço ainda rendeu prêmio. O projeto “Coleções zoológicas como instrumentos para conhecimento, conservação e divulgação da biodiversidade” foi premiado na categoria Ciências Biológicas na 4ª Mostra de Iniciação Científica e Tecnológica do IFSC, realizada de 25 de novembro a 4 de dezembro. 

A coleção zoológica do IFSC Câmpus Criciúma foi formada a partir de 2012, com doações e coletas, a maioria delas realizadas no próprio Câmpus. No entanto, não possuía manutenção, organização ou informações sobre o acervo.

“Esta situação motivou a execução desse projeto com o objetivo revisar, organizar e ampliar a coleção zoológica do Câmpus, de modo a facilitar seu uso didático no âmbito do ensino e em projetos de extensão e pesquisas. A coleção zoológica tem sido um ótimo instrumento para a promoção do conhecimento sobre a importância e o cuidado com a biodiversidade”, explicam os autores. 

Nos últimos tempos, Ana Júlia e Giovana, orientadas pelo professor Pedro, vêm trabalhando na catalogação destas espécimes, um trabalho detalhado que envolve a preparação destes indíviduos para que possam ser armazenados e uma minuciosa pesquisa bibliográfica para identificar corretamente filo, classe, ordem, família, gênero, espécie, nome popular, características, habitat, hábitos alimentares e demais informações.

Como etapa seguinte, o projeto agora avança para selecionar alguns indivíduos que serão expostos em um mostruário instalado em frente ao Laboratório de Biologia, onde um QR Code levará o visitante para informações detalhadas na página da Trilha Ecológica, projeto que alia a educação ambiental com a divulgação do próprio IFSC.

“A maior parte do acervo é formada por espécies aqui da região, inclusive coletadas no IFSC. E quando a gente recebe os visitantes, a gente trabalha no sentido de que eu preciso conhecer as espécies e entender que, mesmo a gente não vendo elas, elas têm uma atuação dentro dos processos ecológicos. Então, daí a importância de conhecer e preservar”, explica o professor Pedro.

Para Ana Júlia, que fez o ensino médio na escola estadual Heriberto Hulse e o curso técnico em Meio Ambiente de forma concomitante no IFSC, o prêmio na Mostra de Iniciação Científica é apenas uma parte do que ela conquistou ao participar do projeto. Ela aprendeu a pesquisar em fontes confiáveis, aprimorou o inglês, publicou um artigo científico, se apaixonou pela área e conseguiu concluir o curso por causa da bolsa.

“A bolsa do CNPq me salvou de não ter que deixar o IFSC, de não ter que abandonar uma coisa que eu tanto queria, porque o dinheiro da bolsa do projeto é o dinheiro que eu uso pra comer aqui no IFSC. O projeto me abriu a oportunidade de não desistir de um curso técnico que eu queria mais do que tudo. Realmente, do fundo do meu coração, eu me apaixonei pela área”, diz a aluna.

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