Aluna desenvolve ação para incrementar principal atividade econômica de Urupema

CÂMPUS URUPEMA Data de Publicação: 11 mar 2019 13:30 Data de Atualização: 12 mar 2019 09:39

A macieira é, seguramente, o cultivo frutícola mais importante da região serrana de Santa Catarina e dá para arriscar a afirmação de que a maçã é a principal atividade econômica de Urupema. Cultivada em aproximadamente 560 hectares no município, ela reúne cerca de 100 pequenos produtores, além dos médios proprietários de terra e daqueles que trabalham com o processamento de frutas, como agroindústrias ou cooperativas de classificação, embalagem e comercialização, gerando emprego quase o ano inteiro. 

Em duas “versões” locais, Gala e Fuji, e sob um clima perfeito para o seu desenvolvimento, a maçã comercializada in natura é ainda a que melhor remunera, sendo imprescindível a atenção à qualidade do produto, para que chegue ao consumidor com as características de aspecto, sabor, aroma e durabilidade. Pensando como pequena produtora e ao mesmo tempo aluna do Câmpus Urupema, Ana Carolina Almeida Lima Macedo, protagonizou, ao lado da professora e mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Mariana Dullius, um projeto de extensão visando a melhoria da qualidade da fruta na colheita. “Eu assisti a uma oficina de robótica do Reitoria Itinerante e quando vi o robô pensei na colheita da maçã, pois muitos produtores reclamam que a maçã é de boa qualidade no pé, mas depois de colhida se torna de segunda”, conta a estudante, que ao lado do marido terá sua primeira safra esse ano. 

Com a mão na maçã

Esse projeto de Protagonismo discente, coordenado pela professora Mariana, e idealizado por Ana Carolina objetiva o compartilhamento e a difusão de informações, técnicas e tecnologias já estabelecidas, de modo a capacitar os produtores com o apoio da Secretaria de Agricultura do município, na pessoa da engenheira agrônoma, Márcia Pinto de Arruda. “Nós nos organizamos e tentamos responder as dúvidas, acompanhamos todo o ciclo da maçã com registro por fotos. Se for seguido corretamente as recomendações para colheita sempre vai dar uma boa safra”, relata Ana Carolina. 

Mariana conta que o projeto partiu da ideia da discente protagonista, Ana Carolina, que além de aluna no Proeja-Fic Operador de Computador é também produtora rural e, nesse ano, também está fazendo a sua primeira colheita de uva. “A qualidade da maçã na colheita é o resultado de práticas agronômicas adequadas durante todo o ciclo”, ressalta ela.

Num primeiro momento, o trabalho consistiu na aproximação das comunidades produtoras de maçã para conhecer os principais problemas enfrentados, quanto à questão técnica. Floração, raleio (manuseio para aumento de tamanho do fruto), e controle fitossanitário também foram abordados nas devolutivas com os envolvidos no processo. 

Para Mariana, a avaliação da iniciativa deve levar em conta a motivação dos alunos em aprimorar os conhecimentos e investirem na sua formação profissional, bem como pela adesão dos membros da comunidade comprometidos em melhorar os resultados qualitativos dos pomares. “Sem dúvida esse é o início de um trabalho. Além disso, foi preciso formalizar muitos conhecimentos do cotidiano prático. Sem falar que o aluno coloca-se como ‘professor’ no exercício de conseguir transmitir a informação para um público de produtores muito mais experiente que ele”, destaca a professora. 

O trabalho, apesar de finalizado para a colheita desse ano, é atemporal e poderá ser aperfeiçoado e utilizado para a próxima safra. “Os informativos serão úteis no auxílio de um novo ciclo produtivo da maçã, 2019 em diante. Já sei que com o término do projeto, a Ana Carolina já vislumbrou a oportunidade de realizar novas intervenções na comunidade dela. Ela quer fazer algo relacionado ao monitoramento da água dos córregos da comunidade dela”, completa Mariana.

A colheita já começou e a previsão é de que siga até meados de maio.

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