Grupo de foguetes do Câmpus Gaspar vence competição internacional

ENSINO Data de Publicação: 14 ago 2019 07:27 Data de Atualização: 16 ago 2019 07:33

O Grupo de Foguetes do IFSC Gaspar (GFIG) venceu a categoria payload, que leva em consideração o experimento mais inovador e não inerte embarcado no foguete, do Latin American Space Challenge (Lasc), evento internacional que reuniu 25 equipes de cinco países em Tatuí (SP), de 9 a 11 de agosto. Nessa competição, a equipe lançou um minifoguete de alta potência tendo a bordo um experimento com leveduras para avaliar seu comportamento.

O foguete não comercial, que foi desenvolvido pelo grupo, alcançou a marca de 220 metros. Ele tem 2,7kg, foi produzido utilizando materiais como fibra de vidro, madeira e plástico e tendo como propelente, no caso o combustível, o nitrato de potássio com sacarose (KNSu). “O lançamento do foguete superou as nossas expectativas e a nossa proposta é trabalhar para que o propelente tenha mais oxidante, o que deve aumentar a queima do combustível e com isso o apogeu, que é a altura máxima alcançada, poderá ser maior”, explica a aluna Tainara Madruga do Ensino médio Técnico Integrado em Química.

Para levar o experimento com as leveduras, a equipe precisou montar toda a estrutura de um laboratório para a área onde foi feito o lançamento. “Nós éramos a única equipe que estava levando acoplado ao foguete um experimento com micro-organismos, por isso precisamos montar toda a estrutura de um laboratório de microbiologia com bancadas e uma série de equipamentos para evitar a contaminação”, explica a também aluna do Ensino médio Técnico Integrado em Química Ana Carolina Corrêa, que faz parte do grupo e usará parte dessa pesquisa em seu projeto integrador.

No caso do experimento, a equipe analisou o comportamento das leveduras antes, durante e depois do lançamento. “Ainda não temos os resultados da pesquisa porque precisamos fazer o processamento das imagens. Mais do que o prêmio que recebemos, eu vejo que participar do Lasc foi muito importante. Um dos alunos da equipe me contou que estava prestes a desistir do curso técnico e que mudou de ideia quando decidiu participar do grupo”, explica o professor de Biologia Hendrie Nunes.

Dentre as 25 equipes que participaram, a de Gaspar foi a única a ter como membros estudantes do Ensino Médio. “Participar do Lasc agregou muito aos meus conhecimentos, foi uma importante troca de experiências e me mostrou toda a tecnologia envolvida no desenvolvimento de foguetes” avalia a aluna Joana de Aguiar, do Ensino médio Técnico Integrado em Química.

Outro desafio do Latin American Space Challenge é que, por ser um evento internacional, a língua oficial era o inglês. “O Lasc mostrou aos alunos a necessidade de aprender inglês porque toda a comunicação com as equipes e as palestras eram em inglês”, explica o professor de Informática Leonardo Rauta.

Depois do Lasc, a equipe foi convidada para participar de outros eventos no Rio de Janeiro e para levar o foguete com o experimento para os Estados Unidos, que é onde são realizadas as maiores competições de foguetes. A equipe pretende ainda fazer outros lançamentos para alcançar a marca de 500 e de mil metros.

Além da categoria payload, a competição premiou também o foguete mais inovador, o com a melhor engenharia e aqueles que chegaram mais próximos às marcas de mil metros e de três mil metros.

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