JIFSC Data de Publicação: 03 dez 2023 08:11 Data de Atualização: 03 dez 2023 09:46
Dérick, em primeiro plano, durante jogo de vôlei representando o Câmpus Urupema.
Dérick em quadra com a camisa número 6, no JIFSC Etapa Jogos Gerais.
Júlia, do Câmpus Palhoça Bilíngue, após partida de vôlei no JIFSC.
A estudante de Palhoça, Júlia, prepara-se para o saque.
Sérgio, com 60 anos, jogou futsal e vôlei no JIFSC Etapa Jogos Gerais.
Em quadra, com a camisa número 14, Sério representou o Câmpus Florianópolis-Continente.
A etapa Jogos Gerais da 10ª edição do JIFSC conta com cerca de 400 estudantes inscritos nas modalidades de futsal, vôlei, xadrez e tênis de mesa. No entanto, neste vasto universo de representantes das mais variadas tribos, a diversidade e a inclusão transparecem entre os participantes dos Jogos.
Um dos casos que ilustra a diversidade em meio às equipes do JIFSC é o do estudante Dérick Martins dos Santos, do Câmpus Urupema. Diagnosticado com autismo de nível moderado, ele veio a Itajaí – onde ocorre esta edição do Jogos – para disputar as modalidades de futsal masculino e vôlei misto.
Com 20 anos, Dérick é estudante do curso Profissionalizante de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) em Produtos de Sucos – séries iniciais do Ensino Fundamental. Ele estuda de noite, mas no período oposto ao curso ele e outros colegas treinam num ginásio do governo estadual que fica próximo ao câmpus. “Gosto muito de jogar. Sou atacante e chuto com a perna esquerda”, detalha.
Uma situação de inclusão que poderia passar desapercebida aos olhares mais desatentos dos espectadores do evento envolve a estudante surda Júlia Stolf da Silva, do Câmpus Palhoça Bilíngue. Também com 20 anos, ela faz a graduação em Pedagogia Bilíngue e é atleta do vôlei misto e do futsal feminino.
Junto com colegas de curso e da graduação em Tecnologia em Produção Multimídia, ela começou a treinar em outubro para o JIFSC. “Como a comunicação no esporte é muito verbal, no início tivemos algumas dificuldades. Mas depois aprendemos os principais sinais para nos comunicarmos no treino e ficou bem tranquilo”, conta Pedro Ricarci, um dos integrantes do time de vôlei.
Júlia também é egressa do ensino médio técnico de Palhoça, formada na área de Comunicação Visual. Apostando no sucesso da participação do câmpus nesta edição dos Jogos, ela já pensa na continuidade dos treinos para o próximo ano: “se tiver JIFSC em 2024, quero vir novamente!”, afirma.
A diversidade nas competições fica acentuada pelo fato da etapa Jogos Gerais não trazer adolescentes do ensino médio técnico e reunir, desta vez, adultos de cursos como graduação, técnico subsequente, EJA e de pós-graduação. Um desses atletas diferenciados é Sérgio Luís de Aguiar Bogéa, de 60 anos, que disputa as modalidades de futsal masculino e vôlei misto pelo Câmpus Florianópolis-Continente.
Matriculado no período noturno do curso técnico em Cozinha, Sérgio empresta sua força e sua experiência para contribuir com o desempenho dos times. “Sempre pratiquei esportes, desde muito novo. E nos jogos eu procuro contribuir também com orientações, um pouco como um técnico, mas sempre com humildade”, lembra.
Para a coordenadora de Ações Inclusivas do IFSC, Bianca Eneas Nunes, o caráter inclusivo do JIFSC fica evidenciado pela participação dos diversos estudantes na competição. “Ao conseguirmos montar equipes que trazem todo tipo de estudante, praticamos a inclusão. Afinal, incluir é estar junto com os demais, e não segregado”, destaca.