CÂMPUS CAÇADOR Data de Publicação: 22 mar 2019 10:36 Data de Atualização: 22 mar 2019 13:47
Quem anda pelas ruas de diversas cidades se depara com uma realidade triste: muitos cães sem dono remexendo os sacos de lixos em busca de comida. Isso pode gerar um problema de saúde para eles e também para os humanos diante da sujeira deixada ao ar livre. Diante deste cenário, um grupo de alunos do curso técnico integrado em Informática do Câmpus Caçador teve uma ideia: desenvolver um sistema automatizado de alimentação para cães de rua. A ideia virou o projeto integrador dos estudantes e foi inscrito no edital de extensão de Protagonismo Discente, que incentiva justamente os alunos a identificarem um problema na comunidade e proporem uma solução.
A proposta do projeto foi criar um sistema automatizado de alimentação que possibilitasse fazer a gestão dos comedouros dispostos pela cidade. O professor Marco Antonio Torrez Rojas, orientador do projeto, destaca que a inovação do comedouro desenvolvido pelos alunos do câmpus é a integração com um aplicativo móvel. “Por meio de sensores ultrassônicos que medem a quantidade de ração na casinha, o sistema dispara uma mensagem por meio de um aplicativo para as pessoas cadastradas informando que a ração está terminando”, explica. Hoje o protótipo funciona em frente a um pet shop parceiro de Caçador, que recebe o alerta e coloca a ração para os cães de rua.
A estudante Gabrielle dos Santos Haas, de 17 anos, foi uma das alunas bolsistas do projeto e conta que a ideia surgiu inicialmente por causa do jogo Pokémon Go, que apresenta paradas num mapa. “A princípio, iríamos fazer vários comedouros como se fossem essas paradas no mapa, mas a ideia foi se lapidando e chegamos no nosso projeto original e todos do grupo gostaram, pois temos grande afeto por animais”, destaca.
Os alunos pesquisaram projetos semelhantes, fizeram levantamento bibliográfico para então pensar no protótipo. “Vimos como funcionava a alimentação dos animais e, com isso, começamos a parte da programação do sistema arduino e do aplicativo e, em seguida, a parte física do comedouro”, explica Gabrielle.
Para a estudante, conceber a proposta em um ano, desde fazer o estudo bibliográfico até apresentar o protótipo foi desafiador. Compartilhar o projeto foi o que mais a encantou. “O que mais gostei de fazer foi, com certeza, mostrar o projeto para a comunidade no Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFSC do ano passado e também na Semana de Ciência e Tecnologia do câmpus, onde vários alunos de diversas escolas foram nos visitar”, conta.
Participar de projetos de extensão é um diferencial na formação dos estudantes. “Vemos que os alunos têm dificuldade em ver um produto acabado e, ao participar de um projeto assim, eles colocam a mão na massa, programam e passam por todas as dificuldades reais de desenvolver um produto”, destaca o professor que orientou a equipe.
Gabrielle também percebeu esses benefícios. “Contribuiu na minha formação em diversos aspectos, principalmente em aprender ir atrás do conhecimento e informação e também a lidar melhor em grupo e com as relações pessoais em si, fora que aprendi muito mais coisas colocando a mão na massa”, ressalta. A aluna também afirma que conciliar o tempo do projeto e o tempo para as disciplinas do curso ajudou a torná-la mais organizada.
Além de Gabrielle, também foram bolsistas do projeto os alunos Eduarda Caroline Alves, Guilherme Augusto Vilan Costa e Pâmela da Silva.