EVENTOS Data de Publicação: 04 out 2019 13:44 Data de Atualização: 09 out 2019 13:40
Em setembro deste ano, foi realizado o 65º Congresso Brasileiro de Genética, em Águas de Lindóia, São Paulo, com o tema “Edição de Genes e Genomas”. O IFSC esteve presente com as alunas Ana Caroline da Silva, Camila Fernandes Carvalho e Isadora Ceratti Foletto, do último módulo do curso técnico integrado em Química do Câmpus Gaspar, com orientação do professor Hendrie Nunes, e coorientação dos professores Carlos Geovanni e Márcio Watanabe. O trabalho das estudantes foi premiado com menção honrosa no Painel de Iniciação Científica na categoria Evolução.
A participação das alunas no congresso não se deu do dia para a noite. A ideia surgiu para o projeto integrador do curso e depois acabou virando uma pesquisa do programa de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Posteriormente, o trabalho foi contemplado em edital interno e contou com recursos do Câmpus Gaspar. O objetivo inicial seria a caracterização de grânulos de amido de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) em diferentes altitudes.
Foram feitas coletas de plantas a nível do mar, em Florianópolis, até a altitude de 900 metros, na cidade de Canoinhas. A ideia era avaliar se existia uma diversidade morfológica no grânulo de amido dessas espécies e para isso foram pesquisadas PANCs que ocorrem tanto no litoral quanto no planalto norte.
Depois dos resultados apresentados, eles foram discutidos para apresentação do projeto integrador no semestre passado e foi visualizado que o resultado estaria relacionado a teoria da robustez do desenvolvimento na área da evolução.
Essa teoria diz que plantas mais antigas na escala evolutiva possuem uma grande variação nas estruturas e formas dentro de uma espécie, mas algo diferente foi observado na pesquisa. “O objetivo inicial era caracterizar de formas de grânulos de amido em diferentes altitudes, mas a gente acabou relacionando com essa teoria, que diz que as plantas mais antigas na escala evolutiva apresentam menor robustez, ou seja, existe uma grande variação dentro das estruturas e formas dentro de uma mesma espécie”, explica o professor Hendrie Nunes. “Foi detectado que as ordens de plantas que a gente estava trabalhando eram mais recentes no ponto de vista evolutivo, portanto, as formas das plantas não poderiam sofrer tanta variação mesmo com uma perturbação ambiental como a altitude”, complementa.
O professor ressalta que a amostragem utilizada na pesquisa ainda não é conclusiva e espera dar continuidade com o trabalho. “Nós acreditamos que a amostragem ainda não é significante, então a gente precisa ampliar esse número de ordens para que a gente possa confirmar a nossa hipótese. A gente espera dar continuidade nesse trabalho e quer aumentar o leque de plantas estudando algumas plantas mais basais (antigas) no ponto de vista evolutivo”, afirmou.
As alunas do IFSC foram as únicas participantes do congresso que ainda não estavam na Graduação. “Nós avaliamos como uma participação positiva para enriquecer e atualizar os nossos conhecimentos na área de genética, sem contar o estabelecimento de parceria com outros pesquisadores”, destaca Hendrie. O docente ressalta que as alunas é tiveram a oportunidade de adquirir experiência na área de trabalho científico, além da troca de conhecimento com pesquisadores da área.
A estudante Ana Caroline da Silva se diz muito orgulhosa do resultado obtido no congresso e conta que se apaixonou pela pesquisa durante os dois anos de projeto. “Não só eu, mas toda a equipe está muito orgulhosa do resultado do nosso projeto. Foram dois anos de pesquisa, de projeto e a gente está muito feliz de ter recebido a menção honrosa. Depois dessa longa jornada, eu posso dizer que me apaixonei pela área, pela pesquisa, e quem sabe no futuro eu consiga continuar pesquisando sobre esse projeto”, explicou.
Ana também relata sobre a importância de participar de eventos científicos e agradece o apoio do IFSC em todo esse processo. “Desde que eu entrei no instituto eu recebi o apoio de muitos professores e de outros funcionários para participar de eventos científicos. É nesses espaços que você compartilha ideias, conhecimento e pesquisa, e todo esse conhecimento enriquece a experiência acadêmica”, afirmou. A estudante ressalta ainda o valor de participar desses eventos mesmo estando no ensino técnico. “É importante que os jovens participem desses espaços, pois muitas vezes eles acreditam que não pertencem a eles, mas assim como quem está na graduação, nós do ensino médio técnico também produzimos ciência”, salientou.